top of page

Apresentação

Esse blog tem vários objetivos.

Para começar, ele pretende manter viva a discussão sobre a epidemia do vírus Zika e sobre suas consequências imediatas para crianças, mulheres, famílias e comunidades diretamente atingidas. Manter viva a discussão é uma escolha política importante nesse momento, sobretudo quando tantos outros atores, como a mídia, os governos, os serviços de saúde por exemplo, têm progressivamente se retirado de cena.

O blog também tem intuitos pedagógicos, já que envolve estudantes e antropólogas em (constante) formação. Escrever textos mais curtos é um jeito de provocar a formação acadêmica mais convencional, que geralmente preza por formatos mais longos, verborrágicos, sisudos e prolixos. A ideia aqui é exercitar outras formas de contar histórias, com diálogos, memórias, etnoficção etc. Contudo, embora os textos sejam concisos, não desejamos perder a densidade e emoção. Escrever, escrever de muitas formas, escrever para descobrir outros estilos textuais. Tudo isso atiça a reflexão e a criatividade, contribuindo para termos antropólogas mais versáteis e comunicativas na praça.

As histórias se baseiam em dados empíricos e etnográficos, produzidos durante incursões de campo realizadas na grande região metropolitana do Recife, onde a epidemia foi tão implacável. Nossa equipe de professoras e estudantes tem ido ao Recife todo semestre, conhecido, visitado, encontrado, dialogado e convivido com mulheres cujos filhos nasceram com a Síndrome Congênita do Vírus Zika. São elas a nos contar, em primeira mão, em primeira pessoa, como é estar no epicentro de todo esse intenso fenômeno. É a partir de suas histórias, sempre veladas para evitar exposição e constrangimento, que surgem esses textos. São dados etnográficos que inspiram nossos escritos aqui. O blog, portanto, já apresenta resultados da pesquisa em curso. 

Assim, o blog é uma forma de produzir conhecimento, de construir a universidade. Mas em contato direto com uma epidemia, tanto a partir de quem a vive no cotidiano, quanto para quem dela quer saber mais. Um blog popularizando e fazendo chegar mais longe o que uma antropóloga, um departamento de Antropologia, uma universidade pública estão produzindo hoje em dia no Brasil.

Bem-vindas. Se acheguem. Vamos contar histórias e conversar.

...

bottom of page